É proibido, por Neruda

30 11 2007

   É Proibido – Pablo Neruda
 
É proibido chorar sem aprender,
Levantar-se um dia sem saber o que fazer
Ter medo de suas lembranças.
É proibido não rir dos problemas
Não lutar pelo que se quer,
Abandonar tudo por medo,
Não transformar sonhos em realidade.
É proibido não demonstrar amor
Fazer com que alguém pague por tuas dúvidas e mau-humor.

É proibido deixar os amigos
Não tentar compreender o que viveram juntos
Chamá-los somente quando necessita deles.
É proibido não ser você mesmo diante das pessoas.
É proibido não fazer as coisas por si mesmo,
Não crer em Deus e fazer seu destino,
Ter medo da vida e de seus compromissos,
Não viver cada dia como se fosse um último suspiro.
É proibido sentir saudades de alguém sem se alegrar,
Esquecer seus olhos, seu sorriso, só porque seus caminhos se desencontraram,
Esquecer seu passado e apagá-lo com seu presente.
É proibido não tentar compreender as pessoas,
Pensar que as vidas deles valem mais que a sua,
Não saber que cada um tem seu caminho e sua sorte.
É proibido não criar sua história,
Deixar de dar graças a Deus por sua vida,
Não ter um momento para quem necessita de você,
Não compreender que o que a vida te dá, também te tira.
É proibido não buscar a felicidade,
Não viver sua vida com uma atitude positiva,
Não pensar que podemos ser melhores,
Não sentir que sem você este mundo não seria igual.





Laços

30 11 2007

Eu prefiro os laços firmes
Aqueles mais difícieis de se fazer
E de se desfazer
Mas que quando feitos
E depois desfeitos
Podem se orgulhar de si próprios
E falar com convicção
“Eu fui um grande laço”

É bobagem chorar por laços que parecem desfeitos
Mas que continuam firmes
Alguns laços são teimosos
Às vezes a gente pensa
“Puft, lá se foi ele”
Mas ele vai está sempre ali.
Que nem alguns amores.


Por Adriana Falcão no curta “Laços”, dirigido por Flávia Lacerda.





Enganos

30 11 2007
“Aquele que acredita que pode encontrar em si mesmo o suficiente para não precisar de mais ninguém se engana muito; mas aquele que acredita que todos precisam dele se engana ainda mais.”
La Rochefoucauld





Bonito isso.

28 11 2007

Tu tens um medo:
Acabar.
Não vês que acabas todo o dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo o dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.
E então serás eterno.

Cecilia Meireles.





27 11 2007

O Destino embaralha as cartas, e nós jogamos.

(A. Schopenhauer)





Inês Pedrosa

26 11 2007

EC – Em relação aos temas que escreve, predomina o amor, a amizade… porquê?
IP – O que me interessa são as relações humanas, a minha paisagem são pessoas, no sentido em que os locais em abstracto não têm interesse para mim. Dentro das relações humanas, interessa-me aprofundar áreas pouco trabalhadas, como essa particular espécie de amor a que chamamos amizade. Muitas vezes, as pessoas zangam-se e não percebem porquê, e são questões de diferenças de perspectiva. Interessa-me trabalhar sobre os equívocos e os mal-entendidos. Vivemos a um ritmo muito acelerado e não temos, por vezes, tempo para analisar as relações.

http://www.escritacriativa.com/modules/news2/article.php?storyid=11





Alan Pauls

26 11 2007

“(…) Dizemos que algo será inesquecível não apenas para reforçar, transformando-a já um pouco em passado, a intensidade com que o experimentamos agora, no presente, mas sobretudo para protegê-la, guardá-la com todo o zelo e o cuidado que considerarmos necessário, de modo a garantir que dentro de um tempo, quando nem o mundo nem nós seremos mais os mesmos, essa porção de experiência continue estando ali, nos esperando, demonstrando que há ao menos uma coisa que conseguiu resistir a tudo. Mas nada era inesquecível. Não há imunidade contra o esquecimento. (…)” (citação extraída de “O Passado”, de Alan Pauls, Ed. Cosacnaify).





Questions

22 11 2007

O que aprendeu no último relacionamento? Que qualidade de tempo importa muito mais do que quantidade de tempo, que o amor precisa ser cultivado todos os dias, que as pessoas precisam expressar o que sentem – caso contrário a outra parte corre o risco de achar que você não sente nada.
Onde você gostaria de estar agora? Passeando em Paris ou conhecendo New York.
O que gostaria de comer agora? Uma salada maravilhosa e cheia de gosto, com algum molho bem bom, e uma taça de vinho branco.
Tem algum vício? Pomarola, Fanta Laranja Light, Carlton Red, maquiagem toda manhã.                                                 Qual seu animal selvagem predileto? Zebra ou onça (porque será? hahahaha)
O que mais gosta de comprar? Tecidos, sapatos, maquiagem.
Dá valor a beleza externa? Em mim, dou, porque as pessoas vêem primeiro o lado de fora, depois o lado de dentro. Então não custa estar arrumadinha.
Bebida predileta: Vinho tinto.
Você é feliz? Às vezes.





A força da solidão

21 11 2007

Meu dia começou legal. Recebi um email muito querido da owner do site Dia de Beauté (ver o link ao lado ali, ó —->), o que prova aquela teoria de que as pessoas são ótimas, sim e que, quanto mais culta e interessante é uma pessoa, mais acessível ela se torna.

“A solidão pesa tanto, às vezes, que mesmo o solitário conformado precisa assim de repente – tão de repente- de alguém que fique ao seu lado sem gesto e sem palavra, em silêncio. Mas presente.”     Lygia Fagundes Telles

Tenho pensado muito na força que a solidão me traz.2007 foi o ano de ficar sozinha. No início, confesso que foi t-e-r-r-í-v-e-l, pois quando a gente se acostuma a dormir junto, acordar junto, passear de mãos dadas, cheirar o pescoço, mandar torpedos, ficar só dói. Dói porque o corpo inteiro pede que a pessoa volte e te tome nos braços. Só que ela não volta, e o tempo passa. E, quando a gente se dá por conta, já passou um ano inteirinho. Estou solteira desde o final de janeiro de 2007. Lá se vão 10 meses. Diria que foi uma fase de ‘rehab’, porque voltar a ser a gente mesmo, esquecer o significado da palavra ‘nós’, aprender a andar com as próprias pernas, reencontrar os amigos, conhecer new people é difícil. Só que a solidão fortalece como nada mais consegue fortalecer. Chorar sozinho no travesseiro de noite, sentir um buraco no meio do peito, fumar um cigarro atrás do outro, esquecer de comer, beber todas, são coisas que só a solidão faz por você!! É a parte ruim, ter que ficar atento pra não sucumbir à depressão total, pra não gostar de tomar Lexotan toda noite, pra não procurar o ex…A parte boa é que a solidão traz aquela força adormecida que a gente carrega sem saber.





Te amo não é bom dia

19 11 2007

Definitivamente a Cecília Meireles estava certa quando disse que não devemos deixar portas entreabertas. Escancare-as ou bata-as de vez. Entre os vãos, fendas e brechas, passam apenas semiventos, meias verdades e muita insensatez.





Jerry na Oprah

13 11 2007

Jerry Seinfeld no programa da Oprah ontem: “Eu amo a minha mulher. Adoro quanto ela está por perto.”

Simples e certeiro. Direto no coração.





Irvin Yalom

8 11 2007

Adoro o autor Irvin Yalom. Há alguma coisa no texto dele que me prende do início ao fim.

O último que li foi “O carrasco do amor”, aí vão alguns trechos:

“Aceitar a responsabilidade por nossas escolhas na vida. Mudança demanda um ato de vontade” , “Algumas pessoas têm desejos bloqueados, não sabem o que querem ou sentem. Se tornam parasitas dos desejos dos outros.” , “Um dos grandes paradoxos da vida é que a autoconsciência provoca angústia”, “Thomas Hardy: Se existe um caminho para o Melhor, ele exige uma visão completa do Pior.”, ” Eu luto contra o encantamento. Creio que, embora a ilusão sejas muitas vezes alegre e confortadora, ela essencialmente sempre enfraquece e constringe o espírito.”





Cof cof cof

6 11 2007

“Algumas coisas, não é possível explicar, talvez até a maioria das coisas. É interessante pensar nelas e fazer alguma especulação, mas o principal é que se tem que aceitar as coisas tal como são, e seguir em frente com aquilo que se entende”.

Vovô Jake, personagem de “Fup”, de Jim Dodge.





Coração

5 11 2007

“O que há de mais encantador em alguém é sua própria humanidade admitida e compartilhada, sem receio de que o outro faça disso uma arma mortal, mas ao contrário, com o desejo quase descrente de encontrar o eco de um mesmo grito, a sede de uma outra sede igual, o reflexo familiar do outro lado do espelho.” (http://ticcia.com)

No úlimo post escrevi que sentia que o universo me mandava mensagens o tempo todo, mas que só entendia os significados muito tempo depois.  Taí, mais uma*!

 





Coisas que hoje posso dizer que sei

1 11 2007

“…quando a gente precisa que alguém fique a gente constrói qualquer coisa, até um castelo.”

” …depois de todas as tempestades e neufrágios, o que fica em mim é cada vez mais essencial e verdadeiro” Caio F Abreu

2007 foi um ano de tempestades. Intermináveis. E me sinto como uma garotinha que fica olhando pela janela pensando ‘vai passar, vai passar’. E passa. Sempre passa. As coisas duram o tempo que a gente deixa que durem, especialmente fossas, depressões, sentimentos de fraqueza e sentimentos ruins. Aprendi que não me permito ficar lá no fundo do poço por muito tempo. Não pode. Não pode, porque a vida é linda e cheia de pessoas lindas e coisas lindas e lugares lindos. E o que existe dentro de nós também é muito lindo, e deve ser descoberto, vivido, interpretado, aproveitado. É dentro da gente que está a verdadeira diversão.

Esse ano conheci um monte de gente, reativei amizades antigas, mantive as amizades de sempre. Porque eu acho essencial estar no meio das pessoas, não o tempo todo, mas às vezes. Ouvir vozes, ver rostos, trocar idéias. Aprendi que ninguém merece ser colocado num pedestal, todos temos defeitos cabeludos, horríveis. E basta chegar perto pra conhecer o lado dark de quem quer que seja. Aprendi também que é mais intenso e mais gostoso correr riscos e fazer coisas que normalmente não faríamos.  Pois talvez um dia tenhamos netos e se não corrermos riscos agora não teremos histórias interessantes pra contar pra eles. Aprendi que satisfação só damos a nós mesmos. Aprendi que é errado criar expectativa quanto ao comportamentos dos outros. Aprendi que quando nos esforçamos demais por alguém e não dá resultado, chegou a hora de cessar o esforço. Aprendi a interpretar melhor as coincidências, tenho a sensação de que o universo me envia mensagens o tempo todo – mas só entendo muito tempo depois do que deveria. Aprendi que quando me é concedida uma chance, devo aproveitar – o arrependimento quase mata a gente depois.